CONTO DE NATAL
Inês Pereira Esteves, nº 10, 6º A
Espírito de Natal
Nestes últimos tempos,
a Europa está a lidar com a preocupante crise dos refugiados. Muitas histórias
se contam em torno deste grave problema.
Yara é uma síria que fugiu do seu país juntamente com a
família e outros refugiados.
Quando chegaram à fronteira da
Alemanha, separaram o pai da mãe. Ela e o irmão ficaram com a mãe a chorar e o
pai ficou para trás muito revoltado.
O
governo português, perante esta dramática situação dos refugiados, decidiu
acolher algumas famílias. A família de Yara foi uma delas. Depois de uma longa
viagem atravessando toda a Europa, chegaram ao norte de Portugal. Instalaram-se
numa casa acolhedora, deram-lhes roupas, alimentos e tentaram ajudá-los, nestes
primeiros tempos de integração na nova sociedade.
Uma
jornalista da TVI fez-lhes uma entrevista, perguntando-lhes se estavam bem,
felizes e se foram bem recebidos. Eles responderam que se sentiam muito bem em
Portugal, mas, no entanto, sentiam a falta do pai…
O
Natal estava a aproximar-se e Yara ia sentindo cada vez mais essa falta. Os
vizinhos já se preparavam para festejar o Natal com eles, para que não se
sentissem tão sós. Entretanto, a jornalista que lhes fez a entrevista, começou
a interessar-se pelo caso e falou com o representante do governo para tentar
encontrar o pai de Yara. Não ia ser fácil, muitas famílias foram separadas e
não havia registos de nada. Por intermédio da internet, conseguiu descobrir um
homem com o mesmo nome que estava num campo de refugiados na Alemanha. Falou
com o consul alemão em Portugal e fez os possíveis para o trazer.
Eram
seis horas da tarde, dia de Natal. Já se fazia noite e estava frio, não só na
rua, mas também no coração de Yara. Só um milagre conseguiria trazer o pai dela
nesse dia.
Estavam
todos a jantar numa mesa enorme com os vizinhos e, no meio de tanta alegria,
Yara, a sua mãe e o seu irmão estavam tristes, mas tentavam disfarçar.
Às
oito horas, bateram à porta e o coração de Yara bateu mais rápido por momentos,
depois acalmou. Era a jornalista! Trazia um saco com prendas e, enquanto as
abriam, disse-lhes que estava uma noite muito bonita lá fora e aconselhou-os a
irem vê-la.
Quando
saíram todos, viram um vulto encostado a uma árvore decorada com enfeites de
Natal.
Quando
o vulto se desencostou da árvore, Yara nem queria acreditar! Era o seu pai, que
logo abriu os braços para os receber.
Deram
o maior abraço de sempre! Não fez falta falar.
Em
seguida, entraram todos em casa e conversaram muito entre si. Yara e o seu
irmão não saíram do colo do pai.
Foi
o melhor Natal de sempre, pois só é Natal se a família estiver unida e feliz.
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